SESSÃO NOSTALGIA: O Garoto do Futuro (1985)
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No ano de 1985, o filme De Volta Para o Futuro foi lançado tornando-se em pouco tempo uma febre que fez com que seus realizadores o transformassem numa trilogia (por sinal, uma das melhores trilogias da História do Cinema) e, de quebra, tornou seu protagonista Michael J. Fox - um rapaz recém saído dos seriados televisivos - num dos atores mais promissores daquela geração, em Hollywood. Mas foi também em 85, que uma modesta produção pegou carona no sucesso e no carisma do jovem ator, fazendo com que ele brilhasse mais uma vez e transformando uma fábula de terror moderna, num dos filmes mais simpáticos e puros que se tem notícia; "Teen Wolf" é seu nome original. Mas aqui no Brasil, aproveitando-se o mega sucesso de De Volta Para o Futuro, essa obra juvenil ganhou o mais incoerente título possível... "O Garoto do Futuro". Falta de criatividade à parte, o filme é um autêntico exemplar de como se misturar divertimento, alegria, drama e lirismo num roteiro simples e completamente envolvente.
Scott (Michael J Fox) é aparentemente mais um estudante frustrado com a maioria de seus relacionamentos e que tenta a todo custo conquistar a loirinha metida do colégio que não dá a mínima pra ele e que ainda namora o fortão encrenqueiro que, obviamente, implicará até o final com o nosso herói. Inclua ainda a situação de que Scott ajuda o pai viúvo numa pequena farmácia, possui uns amigos divertidamente loucos e tem em seu encalço, uma menina boazinha e legal que ama ele e não esconde isso. Com todos esses super clichês reunidos, o filme consegue nos encantar pelo inusitado fato de que Scott não é "um adolescente como todos os outros"... ele possui uma doença (ou habilidade, que seja!) hereditária que o faz virar um lobisomen. Isso mesmo! Num lobisomem adolescente com unhas, dentes, pêlos e todos as características típicas de um lobo. De princípio, o que nos faz pensar que essa "maldição" será seu mais terrível problema social, acaba fazendo Scott ser o aluno mais popular do colégio, trazendo sucesso em suas conquistas e o tornando astro principal de seu time estudantil de basquete.
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As coisas andam muito bem e divertidas quando Scott finalmente percebe que suas "habilidades lupínicas" estão o apagando como pessoa, o afastando das responsabilidades e do dever de todo jovem sensato e bacana, reduzindo suas aventuras humanas cada vez mais e o jogando nos holofotes de quem só quer encará-lo como um espetáculo, uma aberração gratuita que se exibe e nada mais. O filme realça esses valores de forma muito clara nas simples conversas de Scott com seu pai, e nos diálogos carregados de inocência e emoção com a menina que o ama de todas as maneiras.
Dirigido de forma redondinha, com um elenco secundário que esbanja carisma e recheado de trilhas sonoras oitentistas (que eu amo!), O Garoto do Futuro (eu prefiro chamar de "O Lobisomem Adolescente", rs) demonstra que não é preciso extraordinários e estrondosos efeitos especiais para se compor um excelente filme. E que, mesmo se tratando de um roteiro que explora de forma leve as situações básicas de toda uma adolescência comum, não é preciso fazer roteiros bobos e medíocres que só dão vazão às loucuras sexuais e as badernas juvenis, como os filmes desse gênero agora fazem.
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*NOTA 6,5
PS: "Com grandes habilidades, vem grandes responsabilidades". Essa frase é dita por Howard, o pai de Scott, numa conversa com ele na cozinha. É quase exatamente a mesma frase que o Tio Ben diz para Peter Parker no primeiro "Homem Aranha", só trocando a palavra "habilidades" por "poderes". Isso só me deixa ainda mais próximo de acreditar que aquela inocência de Parker só nos conquistou porquê ele levou a mesma lição que há 18 anos, o garoto Scott já havia aprendido.
Etiquetas: Adolescente, Aventura, Comédia, Filmes dos anos 80, Juvenil, Lobisomem, Lobo, Michael J Fox, O Garoto do Futuro
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