domingo, junho 03, 2007

REI ARTHUR - Grandiosas batalhas em história rápida

Quando me preparo para ver um filme épico baseado em estudos e relatos históricos, no mínimo eu espero que a trama se encarregue de explicar, por menos detalhada que seja, os elementos que a História sempre deixou registrada em livros. "Rei Arthur"" apenas mostra esses elementos sem explicá-los.

O filme é bom. Os atores, melhores ainda. Mas o que esperamos de explicação e menção do roteiro à grande história de Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda (aqui, conhecidos como os cavaleiros Sermários) são pinceladas rápidas e nunca explicativas. Por exemplo: TODOS que conhecem por baixo a história de Rei Arthur, sabe de sua profunda ligação com Excalibur, a mítica espada que muitos acreditavam transmitir poder a quem a empunhasse. No filme, ela é completamente descartada sendo reduzida a uma única tomada de "apresentação". E o que houve com o triângulo amoroso existente entre Arthur, a bela guerreira Guinevere e o espadachim Lancelot? No filme, isso fica apenas subposto. Enfim, é a típica superprodução que valoriza as batalhas, os duelos, as guerras sem querer ser fiel (ou, ao menos, chegar perto!) dos contos históricos.

Mas admito que "Rei Arthur" se encosta de maneira excelente em suas grandiosas cenas de ação para salvar seu roteiro mediano. Excluindo alguns exagerados à parte (como a flechada que acerta alguém escondido entre as árvores!), o filme consegue empolgar e motivar quem acompanha a caminhada de Arthur (ainda não-Rei) e seus cavaleiros para resgatar uma família romana. Eu poderia dispensar comentários sobre o ator Clive Owen - na minha opinião, um dos melhores atores atualmente - que, consegue mesclar, em sua atuação, o seu semblante duro e rústico (como de um verdadeiro guerreiro imponente) e seu olhar calmo e confiável, compondo assim um Arthur valente, destemido e ainda assim, ponderado. Outro que me despertou surpresa foi o ator Ioan Gruffudd (não lembrando em nada a interpretação contida e simplória de seu Reed Richards no inofensivo "Quarteto Fantástico"), incorporando um obstinado Lancelot que se preocupa com as ações de seu grupo e de seu amigo. Cabe a despeitada Keira Knightley (entende-se "despeitada" como sem peitos mesmo!!!) fazer de Guinevere uma guerreira agressiva e flecheira!

Longe de ser ruim, "Rei Arthur" é um filme que nos prende, nos empolga em vários momentos e nos faz realmente torcer por seu personagem principal, caído como uma luva no soberbo Clive. As cenas de batalha dispensam elogios (o confronto sobre um terreno de gelo é espetacular!), e ao meu ver, comparando-as com outros filmes de mesmo gênero, "Rei Arthur" supera de longe qualquer sequência do insosso "Tróia" e do arrastado "Cruzada".

* NOTA 7

PS: Admiro muito a personalidade e os bravos feitos que os livros contam sobre o herói Arthur... mas ainda tenho Willian Wallace (de "Coração Valente"), como o mais completo guerreiro histórico.

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