quarta-feira, fevereiro 06, 2008

MEU MONSTRO DE ESTIMAÇÃO - Uma maravilhosa fábula para todos os públicos


Angus MacMorrow (o semi-extreante Alex Etel) é um menino inibido e solitário que espera o pai retornar da 2ª Guerra Mundial e tenta se aproximar com muito medo das águas da praia, já que não sabe nadar. Até que o garoto encontra uma pedra grande na beira do mar e decide levar para casa. Sem saber que, na verdade, a pedra era um ovo raro de uma espécie marinha que só existe na terra de uma em uma vez, o menino logo se depara com o nascimento - divertido! - da criatura do ovo. Soma-se a essa curiosa introdução, o comedido drama familiar envolvendo sua mãe, a interessante chegada de um desconhecido na cidade e a ameaçadora tomada do exército inglês nas terras aonde o menino costumava brincar. Daí então, Meu Monstro de Estimação passa de uma historinha aparentemente pueril a algo intenso e mágico, criando um clima ao mesmo tempo real de tensão, e de lirismo que toda grande fábula merece ter!

O garoto-protagonista realmente me surpreendeu... está longe de ser um Freddie Highmore (de A Fantástica Fábrica de Chocolates e de Em Busca da Terra do Nunca) ou de um Haley Joel-Osment (de O Sexto Sentido e A Corrente do Bem), mas também está longe de decepcionar; mostrando um talento mirim que cabe perfeitamente ao personagem, por mostrar que mesmo de trás de tanta amargura e rebeldia, o garoto só gostaria de ter um amigo ou alguém que o entendesse melhor. Contrastando com essa introspectividade do personagem infantil, surge Lewis Mowbray (o eficiente ator Ben Chaplin), criando um adulto sério e discreto, mas que estará disposto a entender o garoto e o ajudar na missão de proteger e esconder a criatura. Nessa trama que a cada minuto se torna ainda mais envolvente, conhecemos melhor a mãe do menino, Anne MacMorrow (a sempre competente Emily Watson), uma mulher austera e firme, mas que está ali para colocar as coisas no lugar... principalmente no que diz respeito aos sentimentos de todos. Ela chega a ter uma simpatia especial pelo forasteiro Lewis, o que ocasionará um certo ciúme (ou inveja!) no Capitão Thomas Hamilton (o bom ator David Morrisey) fazendo um rígido e frio Oficial do Exército. Mas não necessariamente vilanesco.

Todos os gêneros se misturam a cada cena dessa espetacular fábula com cara de obra-prima: ternura, aventura, ação, suspense, humor, drama e crítica(!), já que estamos falando de uma história narrada em plena Segunda Grande Guerra, e nesse tempo, a neurose dos soldados em vencer as batalhas eram ainda maiores, o que acabava mexendo e alterando muito dos costumes e da rotina de vida dos moradores locais. E por falar nos moradores locais, os dois velhinhos pescadores do filme conquistam pela forma de como atuam e pela graciosidade de seus personagens, formando dois coadjuvantes super divertidos!

Mas a sensação principal do filme e o motivo dele ser tão espetacular, é sem sombra de dúvidas, a relação emocionante entre Angus (o introspectivo menino) e Crusoé (a espevitada criatura marinha batizada com o nome do grande aventureiro literário Robinson Crusoé, um livro que o menino lia). Demonstrando sensibilidade, reflexão e companheirismo, Angus e Crusoé transmitem o que toda e verdadeira amizade entre dois seres (e aqui falamos de um humano e um anfíbio!) pode nos passar, apenas pelo simples fato da compreensão dos atos e das circunstâncias em que ambos se colocam. Um exemplo disso, é que mesmo não sabendo nadar e tendo um medo signifitivo da água do mar, o garoto se coloca nas costas de seu amigo Crusóe, e mergulha no lago, conhecendo assim, não só o mundo submarino que nunca pôde ver, mas também vencendo o medo e conhecendo até onde sua coragem poderia ir através da amizade que nutria por aquela estranha criatura! E acreditem: no filme esse trecho é ainda mais emocionante. E por falar em Crusoé, o ser marinho criado pela equipe da Weta Digital (a mesma responsável pela trilogia O Senhor dos Anéis e por King Kong) consegue nos fazer o queixo cair e os olhos brilharem, tamanho é o realismo do animal! Existem horas que a gente esquece estar vendo uma criatura digital!!! (As cenas em que Angus passa a mão pela cabeça de Crusoé é de um perfeccionismo magnífico). Outra coisa que mexe com nosso sentimentalismo e apego à Crusoé, é principalmente a simpatia e a delicadeza que o bicho consegue transmitir em suas feições e semblantes - mais um ponto merecidíssimo para a equipe dos Efeitos - fazendo-se comunicar com um ruído vocal mais chamativo ou de carinho, com um gesto mais alegre e desengonçado ou simplesmente pela quietude de um rosnar ou, mais ainda, pelo olhar quase real de amor ao menino. Tocante até a alma!


A meia hora final do filme então, é um delírio pra qualquer admirador de cinema!!! Impossível não se comover e/ou torcer para que aquela união tão incomum entre um garoto triste e um "monstro" aparentemente destruidor, não seja finalizado pela violência dos homens e pela estupidez dos mesmos.

Com uma direção impecável do diretor Jay Russel (de Brigada 49), o cineasta consegue mostrar uma grande segurança em praticamente todas as tomadas que realiza, e do roteiro extraordinário de Robert Nelson Jacobs (o mesmo do sensível e eficiente Chocolate), que baseado no livro "The Water Horse" de Dick King-Smith, consegue compôr dilágos naturalmente belos e um desenvolvimento narrativo que nos "prende" completamente, o filme ainda ganha uma simplista e bonita fotografia de Jeremy Braben, uma participação especialíssima do veterano Brian Cox (quem narra o filme) e uma trilha sonora (que só toca no final, rs) da sumida S'nead O'Connor! Com isso, essa pequena obra-prima completa toda sua grandiosiodade e arrebata de maneira inesquecível uma das melhores fábulas que eu já vi na vida!!!

*NOTA 8

PS: O filme explica como teria surgido a tão lendária e famosa história do Monstro do Lago Ness, cuja foto histórica, podemos ver em qualquer Google - Imagens.

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sábado, fevereiro 02, 2008

VEM AÍ: Indiana Jones e O Reino da Caveira de Cristal (Matéria Especial)

Se você tem menos de 25 anos, talvez ache um pouco exagerado o barulho que se faz quando o assunto é a quarta aventura do arqueólogo Indiana Jones, afinal, depois da chuva de blockbusters em série como Homem Aranha, O Senhor dos Anéis, Harry Potter, X Men, entre outros, o que poderia ser assim tão especial, não é mesmo? Pois acredite: Indiana Jones e O Reino da Caveira de Cristal tem tudo para ser o filme mais alucinante de 2008!


Não se trata de papo de fã. Toda a expectativa em torno da produção se justifica pelo tremendo sucesso dos três filmes anteriores, hoje considerados clássicos do cinema de aventura. Além disso, a volta de Indiana Jones às telas, só aconteceu depois que seus três pilares - o astro Harrison Ford, o diretor Steven Spielberg e o produtor George Lucas - ficaram satisfeitos com o roteiro, que levou 19 anos sendo escrito! Acrescente a isso o carisma do personagem, a qualidade técnica da produção, o elenco estelar... não há como dar errado.


A TRAMA
Na história - que é assinada pelo craque dos roteiros David Koepp (de Jurassic Park, O Pagamento Final e Homem Aranha) e também passou pelas mãos de nomes como Jeffrey Boam (de Máquina Mortífera 2 e A Última Cruzada), M. Night Shyamalan (de O Sexto Sentido, Corpo Fechado, Sinais e O Pequeno Stwart Little) e Frank Darabont (de Um Sonho de Liberdade, Cine Majestic e A Espera de Um Milagre) -, Indiana Jones vive agora tranquilamente como Professor Universitário até se ver envolvido em uma disputa pelo objeto do título contra agentes soviéticos, entre eles, a talentosíssima Cate Blanchett (de Vida Bandida, Elizabeth e O Dom da Premonição), encarnando uma vilã assustadora.

Segundo adiantou o produtor Frank Marshall, o crânio de cristal teria poderes extraordinários, por isso não poderia cair nas mãos dos soviéticos em plena Guerra Fria. Para ser mais exato, o ano é 1957, exatos 19 anos depois da aventura em busca do Santo Graal (no excepcional Indiana Jones e a Última Cruzada).

O FILME
De acordo com informações divulgadas na Internet, Steven Spielberg e George Lucas tentaram ao máximo recriar o mesmo estilo da trilogia, evitando abusar dos efeitos digitais e chamando para a brincadeira parceiros de longa data como o veterano e premiado compositor John Williams (autor do clássico tema do herói), Michael Kahn, que montou os três filmes anteriores e Janusz Kaminski, que trabalha com Spielberg desde A Lista de Schindler, substituindo Douglas Slocombe (que está com quase 100 anos!) na fotografia.

No elenco, a volta de Karen Allen ao papel de Marion Ravenwood (de Caçadores da Arca Perdida) é o mais instigante. Será que o romance com Indy gerou um herdeiro? O competente Ray Winstone (de Beowulf) como seu mais novo amigo e o garoto-prodígio de Hollywood Shia LaBouf (de Transformers e Paranóia) fazendo ninguém menos que o filho do herói, completam o time de coadjuvantes de luxo. Harrison Ford garante que seus 64 anos não pesaram nenhum pouco durante as filmagens realizadas nos Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, México e Peru. Como aconteceu nos filmes anteriores, ele mesmo chegou a rodar várias tomadas sem dublê. É esperar pra ver!

RELEMBRANDO A TRILOGIA:
- Lançado em 1981, Os Caçadores da Arca Perdida (hoje chamado de Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida), coloca o arqueólogo em 1936, numa corrida contra os nazistas atrás da lendária Arca da Aliança, na qual Moisés teria guardado as tábuas dos dez mandamentos e que seria uma arma poderossíma. O filme simplesmente revolucionou o gênero da aventura e moldou o formato da série para sempre, com ação contínua, perseguições e reviravoltas incríveis.


- Indiana Jones e O Templo da Perdição foi lançado em 1984, mas a ação se passa um ano antes ao filme anterior, quando Indiana, fugindo da China de avião, cai na Índia e decide ajudar a população de um vilarejo pobre cujas crianças foram escravizadas. As Pedras de Sankara (um amuleto real indiano de fé e doutrinação) é o objeto que Indy terá que resgatar de uma Seita Maligna que pretende usá-las para benefício próprio. Apesar de mais sombrio e um pouco violento, o filme mantém o nível de adrenalina do anterior e realiza uma sequência final antológica em cima de uma ponte.


- Indiana Jones e A Última Cruzada, começa com o herói ainda jovem (na pele de River Phoenix) e explica a origem do seu apelido, do seu medo por cobras e de alguns de seus marcantes ícones, como o chapéu e o chicote. Com os nazistas como vilões principais, o clima do filme lembra um pouco Os Caçadores da Arca Perdida. Desta vez, porém, o objeto de disputa é o famosíssimo Santo Graal, o cálice sagrado que teria sido usado por Jesus na última ceia. Um dos destaques do filme é a participação de Sean Connery como pai de Indiana, com direito a todos os atritos típicos da relação pai e filho. Esse terceiro filme seria realmente o último da série e fecharia para sempre a trilogia... se não fossem os apelos emocionados de milhares de fãs pela volta do herói.


PS: O crânio de cristal pelo qual Jones lutará não foi inventado. Desde o século passado, caveiras de cristais são econtradas esporadicamente. Alguns acreditam que sejam objetos de antigas civilizações, ou até, peças esculpidas na Europa no final do século 19. A mais famosa caveira de cristal é o Crânio do Juízo Final, que teria sido encontrado na América Central.

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